QUANDO A GENTE SONHA
Renato Ferraz
Despertei de um sonho
Havia pegado o último trem
Que saia do sertão para a capital
Levava um bilhete rifado em mãos
Somente a Deus foi confiado o destino
A velha mala ia carregada de sonhos
E lá no fundo, um ideal bem guardado.
Eu era um adolescente!
A viagem se passou regularmente
O restante se deu como tem que ser
Alguns buracos, uns obstáculos e poeira
A vida como uma moeda tem suas duas faces
E nem sempre vemos o lado que queremos
Para isso existe o imponderável
Que entra em cena e faz acontecer
O tempo tem pressa e não espera por ninguém
A vida avança e ensina que nada é definitivo
Após uma batalha vem sempre outra
A gente cai e se levanta ou é ajudado
E pode ressurgir mais forte
Há quase sempre alguém
Que a vida coloca ao lado para ajudar.
Acordei e aqui estou
O tempo passou
E a vida segue sua rima.
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