LEGENDAS |
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Poesias-->ENCONTRO -- 07/06/2001 - 18:55 (Flavia Martin) |
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Deitada à luz
Ela se coroa com galhos quase divinos
Seu cheiro, agora inexistente, o sufoca gradualmente.
Seus olhos fitam apenas o infinito.
As velas refletem a luz, que um dia existiu em seu rosto
A boca, sem gosto e sem cor, chamam sua atenção
Seu corpo depositado na madeira, só transmite dor.
As flores cobrem-lhe as formas,
As lágrimas, lacram-lhe a vida.
A cruz do altar permanece inalterável, acostumada com tanta dor.
Muito cansado, volta ao quarto do apartamento.
As roupas possuem, ainda, o cheiro dela.
Deita-se.
Em momento de delírio, ela vinha ao seu encontro,
vestida de trevas.
Abre uma garrafa de vinho, mas nada a tira da mente.
Vinte e quatro horas de dor: lembranças grudam-lhe à pele.
Num gesto de cólera profunda, abre a janela
E voa ao seu encontro. |
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