A IDADE
Renato Ferraz
Filosofia de mesa de boteco
Sobre o decorrer dos anos e a idade
É um assunto que está sempre em moda.
Nos divãs também...
Alguns ao opinarem sobre qual é a melhor fase da vida
Também dizem que se permitido fosse
Mudariam pouco ou nada,
No que tem sido a vida até aqui
Outros, que fariam tudo diferente.
Só aí já rende uma boa prosa.
Conjectura-se falar sobre o que não se pode mudar
Porque já passou.
Falar sobre o que gostaria de ter sido
Ou ser diferente do que é
É uma presunção que não vai além disso
Mas é uma boa conversa.
Porque Foi assim que se conseguiu ser
Ou é assim que se está aprendendo a viver
Há pau e pedra nos caminhos da vida
Há as intempéries e o imponderável
Mas não somente isso.
Para os diversos momentos
Também há flores
É verdade que não é com aplausos
Que se assiste o corpo ser esculpido pela ação dos anos
A alma também não fica estática,
É lapidada com a experiência dos erros
As rugas que a soma dos anos faz
O desbotamento dos fios de cabelo
O enfraquecimento de parte das forças
E por fim a limitação da independência
Isso nos conforma ou nos deixa inquietos?
Eis algumas questões...
É como a morte!
Faz-se de conta que ela não existe
É preferível assim,
Dói menos que ficar remoendo
Deixe-a quieta lá.
Não cutuquemos a fera...
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