SEM ASAS
Você toca meus pedaços mais voláteis
deixa-os fortes como pétalas
obriga-os a perfumar
como uma praia inteira faz.
Nessa manía que me emprestas
de querer tudo
abro meu mediastino e desvaneço
misturo
agarro
beijo
todo o universo
a meu lado
sou um pássaro largado
disposto a perder as asas
de tanto voar
Um sonho inusitado
que apareceu com você
possível e raro
engole meu ser cismado
Então durmo na areia
vejo sereias
perco a fome
rio à toa e sei:
é possível amar
sempre mais
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