A Maria Santíssima
Como na cova tenebrosa e escura,/ A
quem abriu o original pecado,/ Se o
próprio Deus a mão vos tinha dado,/
Podíeis vós cair, ó Virgem pura?
Nem Deus, que o bem das almas só
procura,/ De todo vendo o mundo
arruinado,/ Permitira a desgraça haver
entrado/ Donde havia sair nossa
ventura.
Nasce a rosa de espinhos coroada,/
Mas se é pelos espinhos assistida,/ Não
é pelos espinhos magoada.
Bela Rosa, ó Virgem esclarecida!/ Se
entre a culpa, se vê, fostes criada,/
Pela culpa não fostes ofendida.
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