ALENTO
Nas frestas de tuas janelas
quando teu toque acontece
poderia dormir no sereno
navegar sem bússola
acreditar no além
e costurar o agora.
Poderia fazer com o momento
um sempre ritmado de eternidade
como batuque que nunca para
como músculo cardíaco
que não pode descansar
Mas você
não doa os segredos
não abre os baús
não permite os bastidores
mesmo assim
às vezes
sabe-se lá por que
permite-me o todo.
E os planetas voltam a girar
o marcapasso desmarca o passo
e faz todo o sentido
respirar.
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