Doces fesceninos
Félix Maier
Oh doces fesceninos, divina arte,
Criados pelas mãos de freiras lusitanas,
Com toques afrodisíacos, que parte
O coração de quem prova, seduzindo as sanas.
Os beijinhos, que derretem na boca,
Com o sabor de um amor sem fim.
Os desmamados, que acalmam a alma louca
E nos fazem sentir como crianças, enfim.
O levanta-velho, com seu licor e sabor,
Que aquece o coração e o corpo também.
A língua-de-moça, delicada flor,
Que seduz com sua textura e aroma de ninguém.
Os casadinhos, que unem o doce e o salgado,
E os mimos-de-amor, com seu amor sem igual.
Todos são marcas de um sabor tão amado
Que conquistou paladares em todo o Portugal.
E no Brasil, essa tradição se inflama,
Com esses doces tão fesceninos e sedutores,
Que conquistaram sinhás e mucamas,
Trazendo o sabor das terras lusitanas, sem pudores.
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