O fardo do homem branco
Félix Maier
O fardo do homem branco, segundo Kipling,
Era carregar o mundo, um peso inusitado.
Hoje não é mais uma missão de civilização,
Mas uma luta pelo ser humano valorizado.
Hoje o fardo é bem diferente,
Não é mais o do Império Britânico.
É ser branco, hétero, caucasiano,
E liberal em assunto econômico.
Ser branco não é mais um privilégio,
Mas um peso a carregar.
Ser julgado pela cor da pele
E ter que lutar para se firmar.
O fardo do homem branco mudou de figura,
Mas ainda é um peso a carregar.
Pois ser branco já não é só tintura,
É carregar um estigma a enfrentar.
Ser conservador é enfrentar críticas
Por manter valores antigos.
Ser cristão é ser taxado de hipócrita,
E de preconceituoso, talvez até inimigo.
Ser heterossexual, conservador e cristão
Deixou de ser o padrão da normalidade.
É enfrentar a batalha diária para que
Sejam respeitadas as diferenças com humildade.
Ser liberal no mercado, na economia,
Não é mais uma escolha de sucesso.
É remar contra a maré da ideologia,
E buscar um caminho de progresso.
O fardo do homem branco
É uma luta para a igualdade.
Para que sejam respeitadas as diferenças
E sejam reconhecidas as várias identidades.
Ser branco, cristão e conservador
Não é mais um privilégio sem limites.
É ter que enfrentar a opressão do pensamento único,
E lutar pelos valores que formam nossas raízes.
O fardo do homem branco
Não é um destino, como queria Kipling.
É uma luta por liberdade,
E por um mundo mais justo e igualitário.
O fardo do homem branco
Não é o de uma raça superior,
Mas sim conviver numa sociedade diversa,
Que precisa lutar por justiça e amor.
Não existem raças humanas, não somos cães!
Somos Homo Sapiens, filhos de uma só Eva.
Mas, ainda assim, o homem branco
É apontado como pai do ódio e da treva.
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