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Poesias-->O SONHO QUE ALGUNS GOSTARIAM DE SONHAR -- 09/06/2023 - 12:15 (Renato Souza Ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 



O SONHO QUE ALGUNS GOSTARIAM DE SONHAR



Renato Ferraz



 



Quem morre não volta para contar o que se passa do lado de lá



Meu amigo havia sonhado que adoeceu e logo em seguida morreu.



Apareceu em um parque, repleto de jardins, com um grande lago e muitos animais.  



As pessoas falavam bem baixinho. Umas se encontravam deitadas, lendo.



Algumas cantando e tocando ou conversando. Logo que chegou ao local viu algumas fisionomias conhecidas.



A primeira foi José Saramago, que caminhava lentamente, carrancudo, com um livro nas mãos.



Alguém perguntou:



Saramago, muitos aqui já leram seu livro O EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO?



Saramago respondeu que sim! Virou-se e começou a escrever.



Perguntaram de novo: e ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, o que acharam? Saramago apenas fez um ar de riso e acenou em forma de despedida.



Havia um senhor que estava sentado sobre uma pedra e rodeado por outras, era Carlos Drumond de Andrade.



Aliás, só havia pedra no local, mas no meio das pedras tinha um caminho



Creia quem quiser, Drummond estava sorridente, eloquente e com ar de felicidade.



O meu amigo ouviu Drummond falar bem baixinho,



“no meio do caminho, entre o céu e a terra, há uma vida a ser vivida. Há uma vida a ser vivida, no meio do caminho, entre o céu e a terra. Há uma vida a ser vivida!



Quem vinha logo em seguida era Fernando Pessoa, que passou apressado. Depois reapareceu e começou a ler o poema “CONTRADIÇÃO”:



“Às vezes não me reconheço...não sou ninguém, sou pecador,



sou triste sim; sei que o sou. Apesar disso tenho um coração que fala de amor. Aliás coração não fala. Quando digo que o meu fala, considero-o ser gente. Mas ele não é gente. Ele apenas bate. Eu que quis dizer que ele falava ao invés de bater. Esse que é assim, sou eu. E quem de vós não tem um pouco de mim?   



 Um pouco à frente Pablo Neruda ouvia música bem baixinho e recitava um poema para Matilde:



Ó, minha amada, te amo porque és a razão da minha crença no amor. E assim sigo te amando. Não fosse assim, o amor não existiria para mim.



Havia um pequeno grupo mais distante, ao lado de um senhor de cabelos brancos, com aparência de boêmio, voz suave e bem simpático. Este tocava violão e cantava:



Com uma roupa simples de muda



E um dia para o descanso



Uma rede bem que ajuda



A olhar o céu que não me canso



Era Vinícius de Morais repassando a sua nova composição...



 



 



 


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