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PAUSA 
  
Creio que já pedi 
tuas primaveras 
emprestei meus outonos 
cheios de nosso tempo 
e acabou o tal inverno 
mas nunca ficou verão. 
  
É que somos um pouco torpes 
e patinamos no ontem 
trocamos as estações 
de nossos seres marcados 
e dos jardins que juntamos 
nem percebemos as flores. 
  
Por isso quero uma pausa 
deste temor viciado. 
Surpreende às vezes o início 
da solidão enorme 
mas ela traz o mapa 
do próprio ser encantado. 
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