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Poesias-->silencinho -- 10/06/2001 - 21:25 (maria da graça ferraz) |
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Há um silêncio
no meu peito
que precisa gritar
no tom perfeito.
Às vezes, ele pousa
devagarinho
na minha janela e
feito um silencinho
de penas amarelas
diz: Psiu Psiu Psiu
Eu peço ,então, silêncio
ao meu silencinho:
" Não tens orgulho
de tua condição?
Para que este barulho?
Cadê a auto-estima,
a consideração?"
Chamo sua atenção.
Há um silêncio
emergente e inadaptado
por todos os lados
de minha casa:
nos discos, nos livros,
em cada ser vivo.
E cada vez mais,
por ser incapaz
de se sentir sozinho,
cria adeptos,
como a campainha
da porta e a
ladainha da vizinha.
Há um silêncio enfurecido
dos que nunca foram
compreendidos e, que,
em muda conspiração,
não se importaram
com a proibição
da voz calada.
Silencinhos que
se exprimem no esôfago-
tão abatidos e sôfregos!
Silêncio mal-comportado,
dos que tiveram o
direito negado e
foram abandonados.
Há um silêncio
que não se esvazia.
Que não se cala!
Que também não fala!
Que não se sacia!
Que não se fez
omissão,
interrupção
ou exclusão.
Um silêncio que cresce
à sombra da dúvida
como uma impossível prece...
Ouçam!
Ouçam!
O ruído de meu
silêncinho a gemer:
Psiu quê? Psiu quê?
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