O Andarilho
De rua em rua, lugar em lugar
Anda o Andarilho sem parar
Vaga a esmo nos caminhos
Poucas roupas, em desalinhos
Perambulando na solidão
No seu mundo sem razão
Sem abrigo a desfrutar
Nem vê o tempo passar.
E sem alento a caminhar
Da miséria faz seu par
Caridade, é seu sustento
Dela faz o alimento
O mundo é o seu lar
Não tem pressa de voltar
As estrelas, são seu teto.
Seu mundo é um gueto
O cajado, é o amuleto
Que o ajuda a caminhar.
Andarilho, é o epíteto
Que aceita sem abominar
De dia ouve os pássaros cantar
À noite o coaxar dos sapos e rãs
E na voz da sã natureza,
Sempre tem o que escutar .
Não levou a vida adiante
É um andarilho errante,
Por achaques recebidos,
E fatos desconhecidos.
22/12/2022 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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