QUADRO DA NATUREZA
Renato Ferraz
No espaço, ao longo do céu,
a imagem de um quadro composto por nuvens escuras
e montes verde-claros.
As nuvens iam chegando em disparada.
À medida que iam sendo freadas pelo ar,
se juntavam e se tornavam volumosas.
Aguardariam se iria chover ou não,
conforme as condições do tempo
e com as regras da natureza.
Porque na natureza, as coisas invisíveis,
como os fenômenos, obedecem leis.
Com o choque entre as nuvens,
as mais volumosas demarcavam o volume
a ser ocupado no espaço.
Em seguida dispararia um alarme,
que seira o sinal dado pela claridade
de um rojão de fogo, que iluminaria o céu.
As nuvens mais fortes rugem e se impõe
através do estrondo de trovões
para mostrarem que na natureza,
em qualquer lugar, quem vence os obstáculos
e se sobressai, tem grandes chances de alcançar o objetivo.
Essa é outra lei intrínseca à nossa existência.
Nesse quadro apresentado à distância,
as cores das montanhas, das nuvens e do céu
se distinguem, conforme sua distribuição.
Meus olhos não conseguem enxergar além daquela imagem.
Apenas o limite do que lhes foi permitido.
Eu faço uso do meu pensamento e imagino.
Talvez, por assim dizer, procuro algo que nem eu mesmo
sei direito ao certo o que significa,
mas minha imaginação excitada pela paisagem,
sente-se à vontade para criar ou mesmo continuar a procurar
algo que corresponda àquela magia.
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