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Poesias-->Uma vela em meio à ventania -- 12/06/2001 - 18:10 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
[um poema, ainda em progresso, em parceria com Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior, e a ele dedicado]





Matão fica aqui do lado

interiores

somos vozes que saem de fantasmagóricas goelas

ensandecidas, clamando em meio a canaviais,

laranjais, jaboticabais, rincões, dobradas

sentinelas avançadas

no país do nada



mais do que reminiscentes,

os doutores da lei se esmeram,

insistem em fazer cumprirem-se

os rituais d antanho, esse muito antes

que mais e mais, a cada ocorrência,

tristemente se desumaniza



e os aprendizes,

suas mil muitas mínimas minúcias incandescentes,

experimentam o mágico realismo

de um país às moscas,

aprendem a falar, a escrever e descrever

um universo que já nasce

para ser esquecido





o apagão filosófico sempre foi

a nossa morada

de cor sabemos todos os seus cômodo

de cor, todos os seus incômodos,

cada peça de mobiliário, objetos e

pessoas,

os aposentos

e tudo o que, dentro destes,

não será, não foi, não é,

não se realiza nunca



sabemos que houve, muito ao longe

no tempo, uma Idade das Luzes

mas, hoje, entre necrófilos precoces

e ghostwriters post-mortem,

percorremos os corredores,

as catacumbas, os porões da ditadura



a Academia e seus cachorros magros

fartos de sobejos, saindo de fininho,

rumo ao que já não é o Estado, Nação, País,

sonhos, agora abandonados,

de um não-lugar, agora abandonado,

rumo a novas utopias,

o salto maior, e que se revelaria mortal,

a politicagem universitária erigindo-se em sistema,

em ponto, digamos, de Brasília

saindo de fininho

querendo não ver, saber

o quanto foram deixando para trás

de erosão, de desmoronamento,

de árvores abatidas, pessoas detonadas,

a terra devastada, mais de uma vez



e ainda assim seguimos,

nós, os que viemos depois

(será que ilesos?

será que lúcidos?),

como quem tenta, com as mãos,

proteger uma vela

em meio à ventania



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