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Poesias-->O POEMA TAMBÉM VOA -- 15/01/2025 - 00:45 (Renato Souza Ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O POEMA TAMBÉM VOA
RF

Quem disse ao poema
onde me encontrar, não sei
Aliás, não tenho certeza
se lhe disseram algo ou se ele passava 
e resolveu pousar.
Eu havia almoçado, ainda estava sentado.
Abri para ler uma das cartas
De Kahlil Gibran para Mary.
De repente, a surpresa, meu coração viu
que algo ali na mesa, 
havia sentado, ao meu lado.
O dia estava chuvoso, com cara de preguiça,
ideal para receber uma visita como essa.
Era um poeminha de amor, parecia com os do livro
que eu tinha em mãos.
É difícil descrever a emoção, melhor é sentir.
De tão agradável que era
e simples também, logo que pousou,
foi direto para o papel.
Com pouco tempo se acomodou.
Logo comigo, que não acreditava
que poema voava para onde queria,
o lugar escolhia, e ali ficava.  
Lembrei de Fernando Pessoa, 
se lhe contassem algo assim, 
acho que diria: “poema não voa, 
poema não tem asas, nem fica à toa.
Poema se faz, se constrói, 
quem já viu poema ter vida própria...
não pegue o lápis e papel e sente pra pensar,

fique esperando-o vir arrumado e pousar, 
que seu poema de uma ilusão não irá passar.”
 

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