ARRANHÃO
HOJE é um dia desses
que arranha a gente.
Não sei se é o dia
ou a noite
-sua mão
de bruxa.
Venero seus feitiços:
sente-se tudo.
Agora é um momento desses
em que o Tempo bate à porta
e não pode entrar:
deteve-se o universo
não o de fora
mas o meu.
Não é o básico drama
da falta de você.
Então é o Tempo
de abrir todo o ser
como se deixasse.
Explicar a falta
de sentido das coisas.
O ser não quer nem saber.
O ser que é
só é.
Então afundo no agora
como se adentra no mar
com a intuição na pele
de que adianta nadar.
E mesmo que não se volte
algo haverá de encontrar.
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