Operários, de Tarsila do Amaral.
Negritude e Branquelice
(Rap da Mesmice Genética)
Félix Maier
No flow do DNA não tem cor nem bandeira,
ninguém é pitbull, nem raça verdadeira,
só humano perdido na besteira.
Refrão:
Não sou raça, não sou cor, sou consciência,
Filho da Eva, não da diferença.
Quer ter orgulho? Tenha inteligência!
(Refrão)
Negro com orgulho, branco com prisão?
Mas que raio de lógica tem essa função?
No fim, tudo irmão na mesma mutação.
(Refrão)
Sou pardo, sou índio, sou loiro, sou mel,
sou filho da Eva, sem dogma ou cordel,
mas tem uns aí que vivem no papel...
(Refrão)
Diz que é resistência, diz que é identidade,
mas segrega mais que a tal da sociedade,
tudo em nome da “representatividade”.
(Refrão)
Quer respeito? Então bora acordar:
ninguém escolheu o tom pra nascer ou amar,
mas escolhe se quer pensar ou só gritar.
(Refrão)
Preto, branco, amarelo ou café,
no fundo do osso, é tudo igual, é ou não é?
Mas no palco do ego, o show nunca dá ré.
(Refrão)
Brasil é mistura, é samba no umbigo,
mas tem nego e branquelo medindo perigo,
pra ver quem sofre mais, quem tem mais abrigo.
(Refrão)
Ciência já disse, com prova e com calma:
raça é bobagem, invenção da alma,
pra justificar quem quer ter mais palma.
(Refrão)
Raça é do canil, do canário e do boi,
mas gente é gente, não late nem rói,
só inventa castelo pra virar herói.
(Refrão)
Lobo, coiote, dálmata e cão,
cada um com pedigree e divisão —
mas humano é só um, em qualquer nação.
(Refrão)
Então para com essa de “orgulho racial”,
que isso já fede e soa até mal,
nosso único dia é o "ser racional".
(Refrão)
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