
Oh! flor do céu! Oh! flor cândida e pura!
Machado de Assis e Félix Maier
Oh! flor do céu! Oh flor cândida e pura!
Teu perfume etéreo o ar todo abraça,
Brilha em silêncio a luz que em ti fulgura,
No campo bruto onde a refrega grassa.
Ergue-se altiva, mesmo em noite escura,
Na espessa treva que tudo disfarça.
Guarda em teus seios a fé que perdura,
Se o vento fere, tua essência não passa.
Se em ti repousa a dor da ventania,
Flor da esperança, que jamais retalha.
E quando a aurora, no fim, principia,
Tua alma ascende em virtuosa mortalha:
Desfalece a flor em suma agonia.
Perde-se a vida, ganha-se a batalha.
Obs.: O 1º e o último verso (Oh! flor do céu! Oh flor cândida e pura e Perde-se a vida, ganha-se a batalha) são de autoria de Machado de Assis, que iniciou um soneto jamais acabado no livro Dom Casmurro. Assim, me meti a concluir a brincadeira iniciada pelo Bruxo do Cosme Velho, na personagem de Bentinho.
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