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Poesias-->Dia de Jogo -- 14/08/2025 - 08:44 (Erbon Elbsocaierbe de Araújo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

07.07.2014

Dia de Jogo

 

Cheguei...

Enfim, sós:

Eu e muitos quem sou.

 

Eu, destes, quem ora me sou,

Depois de uma hora e trinta e sete minutos de ida,

Vindo de volta para casa,

Atravesso, de um lado ao outro, a cidade, e

Chego.

É dia de jogo.

 

Ruas repletas de automóveis,

Gente, guiando automóveis,

A dirigir-se de volta para casa.

O mais, os sem automóveis a caminharem por calçadas,

Os calçados e os descalços.

É dia de jogo.

 

Joga-se às favas ternos e gravatas.

 

No meu automóvel, eu e minha alma, a outra.

A menina dos meus olhos:

Uma das irmãs, meninas,

Meninas dos olhos meus...

Ah, elas brilham...

Como se inda fossem criancinhas,  ou

Aquela juventude própria, ida,

Ora rediviva!

Ao vê-las refletidas no retrovisor do meu carro, eu as vejo:

Saídas de um tempo ido: vivas e vívidas.

É dia de Jogo.

 

Joga-se às favas ternos e gravatas.

 

Ao meu lado, aquela alma, a poesia,

Um livro de poemas.

Num só poema, dois ou três, eu leio

Toda a poesia do livro – o livro

De toda a gente que eu vejo e o daquela que eu não vejo; de

Toda a gente amotinada em seus carros, nas ruas,

Num fluxo intenso de idas e vindas,

Muita gente.

Fervilhante ilusão.

É dia de jogo.

 

Jogue-se às favas ternos e gravatas.

 

Eu leio tudo e toda a poesia do mundo.

 Nesta hora do dia, retraído, eu penso

Na poeta; em sua vida e seu livro, penso.

Penso em quem escreve,

Qualquer coisa, escreve;

Invejo.

Mortalmente eu quero a criatividade daqueloutra:

O gênio artístico.

Repudio a mim mesmo;

Odeio não ser capaz de escrever e descrever

Qualquer coisa o que quer que é dimensão

Dessa ilusão desiludida:

O tamanho, a forma e a cor,

O cheiro, o calor e o fervor.

O encantamento:

A menina de olhos cintilantes.

E é dia de jogo.

 

Joga-se às favas os ternos e as gravatas.

 

Penso nas estrelas, na estrela ao meu lado;

Na entrelinha das entrelinhas

De todo verso escrito.

Dos lidos e dos não lidos.

Penso nas estrelas do alto,

Dos mistérios noturnos, da profunda escuridão.

Solitárias elas cintilam, ainda assim,

As solitárias estrelinhas cintilam.

- Elas não escrevem, coitadinhas...

Embora tudo lá já esteja escrito.

Até mesmo o dia como um dia de hoje, que

É dia de jogo

 

Em que se joga às favas os ternos e as gravatas.

 

Penso na gente que não se perde na escrita:

Coisa alguma escreve, infelizes,

Mas seguem  a esbanjar felicidade...,

Felizes por aí, seguem.

Pois é dia de jogo.

 

Seguem felizes.

Seguem simplesmente sendo

Criaturas pobres e mortais

Metidas em seus ternos engomados, e

Gravatas  bem atadas.

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