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Poesias-->ALQUIMIA -- 16/06/2001 - 08:24 (o poeta descalço) |
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Quando à véspera o horizonte
assume do crepúscolo tons e
cores, e trépidas criaturas no
bosque ligeiras procuram
abrigo ao relento,
surge selênica a virgem
e generosa dispensa
os poderes secretos
do firmamento.
É a hora propícia…
álacre abraso o
literário fornilho,
derramo a palavra,
entorno os fonemas,
me apronto a forjar
um novo poema.
Mais uma vez afio
meu talento: atiço
o alquímico fogo,
e invoco de Horus auxílio
no instante crucial
do transmudamento.
Relutante o atanor emite
um rangido (o negro dragão não quer
ser vencido): a sonora mistura
-trocista- me arrosta.
Sílabas estridentes
versos enganadeiros
do fervente cadinho
qual chispas mordentes
em volta se atiram.
Ásperas notas dissoantes e
foscas melindram meu sensível
ouvido e, às revoadas,
quase me desanimam.
Nesse épico momento
não diserto a dramática luta:
sou pertinaz e experiente
alquimista!
Com filosófico fermento
abrado a mixórdia, domestico
a biruta, e quando o atanor
parece explodir
desabrocha o poema,
meu suave elixir.
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