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Poesias-->Da Capo -- 22/06/2001 - 00:26 (Adriana Moura) |
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Eu faço amor como quem faz comício
Política como quem faz amor
E assim, amado, canto em teu louvor
Um verso que parece com um vício
Se tantas vezes volto ao teu início
Em noites claras, dias sem calor
É que nas sutilezas de uma dor
Existe o encanto de um precipício
E enquanto eu canto como quem navega
E faço versos como quem batalha
O tempo se suspende, a hora é cega
Porque meu coração é uma fornalha
Que queima devagar e nunca nega
O ardor presente que tua boca espalha.
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