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Poesias-->Anti-Réquiem -- 26/06/2001 - 21:09 (Licínio de Almeida Castro) |
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ANTI-RÉQUIEM
(para Wolfang Amadeus Mozart)
Réquiem et Kyrie
Cesse a súplica da paz
nos corações de asas soltas
para os clamores da guerra.
Seque o rio do repouso
a quem se nega ao trabalho:
tudo se agita em moto-contínuo,
mesmo o Silêncio imóvel,
supostamente imóvel e azul.
Dies Iræ
De que valem vãs profecias
do rei Davi e da Sibila ?
Nenhum som sinistro
sairá da trombeta do Tempo.;
nenhum Juiz se sentará
no trono da Consciência,
para semear temores
e recolher cinzas.
Cada um já refez seu rumo:
o Amor é o único archote,
e a Ira se emborcou no mar.
Offertorium
Descartado se fez o Inferno
com seu lago de enxofre.;
invertida a boca do leão
pelas armas de São Miguel.
Nossa oferta é só de serviços
para o extermínio da Besta.
Sanctus
Santo seja o que sai do solo
e secciona a Serpente,
para subir sem clarins
ao seio do Senhor.
Agnus Dei
Vença o Cordeiro, caia o Dragão,
que o fogo já é Luz
nascida dos escombros
da Morte ultrapassada:
todos vivem eternamente,
mesmo após a noite frágil.;
ninguém dorme, todos se movem
na saga do Serviço.
Que resta do “requiescat” ?
Um novo biorritmo nos faz
sonhar, amar, viver.
Licínio Castro - Belém/PA
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