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Poesias-->Estrelas -- 01/08/2001 - 21:26 (Saulo Medeiros Aride) |
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Estrelas
E eis que de repente levanta-se
Olha para o céu
Coça a cabeça sob o boné.
Lá estavam as estrelas.
Estáticas, iguais desde sua infância,
Não obstante brilhantes e imponentes
e instigantes e onipresentes.
Por que não nascera ele uma estrela?
Para brilhar vivo e morto
e alegrar as noites daqueles
que só no céu encontram
o recheio de que precisam.
Como ele.(Mal sabia
que era muito mais
que qualquer estrelinha minúscula
dos misteriosos céus da madrugada).
Tira então o bonezinho
Descalça atabalhoadamente as botas
E começa assim a gargalhar.
Barulhento e tosco,
Amável e engraçado.
Cai no chão de lado
Traz os braços ao peito
Os joelhos ao abdome
Fecha os olhos
Fetal
Fatal
E lembra-se da última vez em que fora ele mesmo.
Nessa nebulosa libertadora
Nesse terremoto epifânico
ouve a grossa e rabugenta voz a lhe dizer
“Levanta José que o bar vai fechar”.
Saulo Medeiros Aride - 05/07/01.
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