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Poesias-->Um Outro Mundo -- 15/08/2001 - 09:38 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Caminho entre os cedros,

refaço trilhas entre ciprestres,

enlaço minha ânsia como se

estivesse numa floresta encantada

de arvoredos.



Mas o meu chão é de cimento,

minha obra é de argamassa,

mistura nada sentimental

de água doce com

pedras de solidão.



Por acaso duvido de mim,

sou o avesso das horas.;

duvido de minhas coisas,

dos passantes,

das futuras vítimas,

dos caminhos que percorro,

revejo até o México.



E quanta ânsia

aqui plantaram !



Por acaso passei por aqui,

por acaso vi você,

e não éramos mais nós:

eu era uma parte sem sentido,

você meia-parte do quis ser.



Não éramos nós.

E nesta outra vida

formamos um lindo par

desperdiçado de luz,

compondo os parques,

eu, bolinando a flor alvejante

e você abrindo-se ao sol radiante !



É, a verdade,

tudo era do outro mundo!



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