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Poesias-->gritos da modernidade -- 28/08/2001 - 22:32 (menina pontilhada) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ouçam os gritos da modernidade

Ilusões pornográficas, corpos cansados

Esperma que jorra dos membros inchados

No promulgar dos sentimentos, a banalidade...



É compreensível a disfunção do nexo,

Assim como impassível a corrupção do sexo...



Ah, se pudessem deixar, os homens e mulheres

O medo de amar... seria outro do amor, o alcance

Bundas não seriam mais o banquete do romance

E poemas não seriam só pratos e talheres...



É a inversão dos valores perfeitos,

Na sublimação de terríveis defeitos...



Nos sonhos vejo o Amor do Mundo

Desacreditado, descrente, inerte e imundo

Desfigurado, doente, na lápide das vidas

Debruçado, a observar suas mórbidas feridas...



A respiração do venenoso ar dos dias atuais

Remete os inconformados às lembranças de jamais...



Vejo também, sem muito esforço

A verdade dos homens na métrica do dorso

A ausência das flores no caminhar das noites

E os corações sangrando, de tantos açoites...



São aparentes os descontentamentos

Mas não há esperanças, só lamentos...

Não há esperanças, só lamentos...







Recife, 2001
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