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Poesias-->vá -- 16/09/2001 - 23:15 (maria da graça ferraz) |
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Não precisa dizer Adeus
Vá-te. Abra a porta.
Deixa apenas o que é meu:
esta roupa de corvo
sem pouso. Luto cruel
deste solitário corpo -
sem paz e sem céu
Vá-te. Nada fale!
Arruma tua mala
Esvazia os armários
e, em silêncio sábio,
vá-te, vá-te de uma vez!
Leva este meu rosto
inocente e disposto
a te amar para sempre
Leva este corpo fraco
a acompanhar teus passos
E, em meio à fumaça
da saudade e ao fracasso
dos erros, leva este
rosto salgado e seco
como um pedaço de charque
que pobreza come com avidez
na aridez da terra, cansados
de tanta espera! Vá-te!
Leva nas lembranças este
meu rosto defumado para,
quando, a falta do amor
real e duradouro, te
atingir a fome, comer!
Coma a carne de sol-
rosto de cinzas- como
um canibal demente,
morrendo à mingua!
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