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Poesias-->Europa no Cemitério -- 20/09/2001 - 11:52 (Anderson Borba Ciola) |
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Da civilização o cemitério,
uma Europa arrependida no ovo.
É triste e eu tão cínico e etéreo,
caminhando entre esse povo oco.
De tão pouco mistério,
de um amarelo tão tosco,
de um sorriso que parece sério.
Arrependido colono,
És polaco e ébrio
ruminante medroso
de xenofobias sem mérito.
Temes o tropical e malandro
Brasil do Espelho...
E o espelho não mente!
pois, espreitando o pão,
brilha um olhar indecente.;
que não quer só o pão,
como vai mudar sua mente.
Mente que luta em vão
para permanecer inerte.
Inerte na chuva, inerte no sol,
Quer o sopro da bondade,
mas se sustenta no mal.
Quer o oceano a seus pés,
Mas se enoja com o sal.
E aí vem ele!
Embalado na publicidade!
Numa carruagem solene,
Conquistando a cidade!
Em anúncios perenes,
para todas idades!
Lá vem eles família burguesa!
Entre cartões de crédito e creme!
Espinhas, dinheiro e ansiedade...
Mas cuidado com o monstro!
Homem, ouve lá a voz da razão.
Veja lá esse caboclo insosso,
fazendo do jegue o alazão.
Para esse batuque oco,
nem lhe dispense atenção.
Bicho ruim, mata-se no ovo,
Homem, defenda seu alçapão!
Um homem mal
que sofre do fígado.
Louvando o caos,
abrindo asas de ícaro
sempre para um lodaçal
ou para piscina de um rico.
Mascando chiclete sem açúcar,
maltratando o pulmão...
Provinciano mascate, com saudade do mar.
Turista deslumbrado no próprio alçapão,
fotografando o Pão de Açúcar,
cantando o samba Conceição!
É esse jagunço doentio!
que entre nicotina e literatura,
compõe um Brasil de feitio.
Raquítico, mas com gramatura.
Sempre, sempre por um fio!
Como se fosse o mal e a cura...
De tantos males, o anti-herói é pouco:
Só mais um anticristo incapaz de uma vilania.
Como se do pau que nasceu torto,
um pé da nação pau-brasil brotaria.
E nesse mundo véio sem porteira,
Ele chuta a porta e sacode o pé na soleira!
Seja como apache de faroeste americano,
ou como galã de faroeste italiano!
Mameluco trangênico sacudindo a foligem.
Em meio a sacolas plásticas de supermercado,
ele marcha bronzeado pela densa mata virgem
e como que cantando um fado
sente na megalópole uma vertigem,
e volta feliz para o serrado...
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