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Poesias-->mergulho -- 23/09/2001 - 04:19 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não escrevo nas

superfícies das águas

Escrever assim é como

beijar homem com barba

ou como andar descalço

entre roseiras

Espicaça. Dá farpas e

brotoejas.

Cria larvas de mosquitos

em poça parada.

Apenas belisca...agita...

mas nada alivia!

O fato é que preciso

do contacto

em toda extensão...

Preciso mergulhar

as mãos como

pescador de camarão

e catar versos,

nos recifes, submersos.

Preciso ir além do

meu reflexo na

superfície...Do que

sinto, penso, acho!

Ir onde olho não pega

Só dedo enxerga

Escrever assim me seca

Afundo. Me uno.

Mino a dor profunda.

Fico igual molusco

- água viva, no préamar-

sobre a areia da praia,

de barriga para o ar





























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