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Poesias-->Ceia -- 24/09/2001 - 10:58 (Magno Antonio Correia de Mello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fitas o líquido vermelho

que se esvai de tuas veias

e borbulha na garrafa.





Logo morres.

A garrafa vive.





Através dos tempos,

oferecerão a garrafa em sacrifício

e tua memória será lentamente imolada.





Quando eles estiverem à mesa,

bêbados,

e partirem em mil pedaços a garrafa,

será ela quem ressuscitará no terceiro dia.





Ao lado do Pai,

ébria como todos os santos,

a garrafa se divertirá com tua ausência.





Acolhida no manto rasgado da tua mãe

que abandonaste na miséria

para sair mundo afora

espalhando sandices,

a garrafa dormirá entre carinhos.





E quando invocarem em vão o teu nome

– quem és tu, já nem se lembram –,

a garrafa, séria,

estará olhando em silêncio o estranho ritual.





Ao perceber que tudo está terminado,

ela tomará a frente do povo,

gritará impropérios absurdos

e dará luz a milhares de abençoadas

garrafinhas.



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