LEGENDAS |
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Poesias-->Aguarela opaca entre espelhos -- 29/09/2001 - 13:38 (Daniel Veiga) |
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Caminho por entre pegadas petrificadas.
Lajes de vento. Ossos. Pedras. Areia.
Imprimo cada centelha de calor
nas crateras ávidas de Luz. Voar
é palavra inefável. Peso os passos
antes de os saber. A tinta suja
o solo de cicatrizes incompreensíveis.
Pedras de vento. Areia. Letras. Pó.
Inspiro a memória de um aroma.
Sentir-me. Ser a volúpia do Vento.
Levanto os olhos para o esculpir-me
de luz: densidade cor fogo. De rocha
em rocha os pés de areia sobem
uma vertigem de doer-me. Sentir
a ausência é caminho de vazio.
O ar - indiferente - não sabe acender
esta sede: um corpo murcho, pesado
de desejo, húmido de se pensar.
Sento-me à beira das palavras. Aqui
uma lareira confidente arde-me
nos olhos maduros de espuma. Durmo
uma lucidez pesada e provocante. |
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