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Poesias-->séfalas de linfa -- 29/09/2001 - 15:11 (Daniel Veiga) |
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Ser apenas este brilho
que acende uma centelha
no rosto adormecido.
Romper os contornos, abrir
um sulco imenso de luz.
( * )
Súbito acordo para o olhar.
Sou da matéria que os teus olhos
desvendam na minha nudez.
( * )
Descubro de novo esse assombro
de abrir as pequenas caixas
de Pandora. Um ombro. Um
Poente. Dois sorrisos. Nudez acesa.
A tua ausência. Pedra de vazio.
Sorrio como uma onda se desvanece.
No tremor dos segredos que ardem
as mãos não encontram abraços.;
os lábios ignorantes dos beijos
e este corpo tépido, sem vento.
( * )
As magnólias murcham
à passagem da luz - a sombra
retira os seus tentáculos.;
a onda ganha fôlego
num bocejo de volúpia
realçando a nudez da praia.
Um vestido - tecido de estrelas -
dança no vento de um corpo.
Olho esse horizonte. Bebo
da quietude do teu sono.
( * )
O céu dói-me.
A mesma água
que bebemos
dos lábios irrompe
em investidas de luz
contra a areia. A praia
ecoa ainda o aroma
da tua pele, o sal
da boca. Uma abóbada
azul e vazia afasta-se
de mim, profano átomo
de consternação.
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