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Poesias-->A MORTE -- 30/09/2001 - 06:32 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Quantos já foram ver o futuro!

E o que virá?

Não sei,

mas procuro saber,

e sei que nada saberei,

porque o futuro

é um hoje que antecipei.

Como é triste tudo isto —

a sensação de escrever

inteligentemente.

Sobre o quê?

Sobre eu-mesmo,

que penso,

que existo.

Porque existo, penso?

Ou porque penso, existo?

Talvez não exista

e pense que exista.

E se o ser não é?

E se nunca foi?

Terrível ônibus que me revelou o segredo da energia — que traz o movimento,

o espaço,

o tempo,

o ser,

e a impressão disso tudo,

e Deus,

e o medo de Deus,

e a religião,

e o crime,

e o castigo.

O que é a energia?

É o absoluto, como sofisma.

Terei de morrer de fome,

nos próximos anos.

A energia criou a necessidade de energia,

mas não a vontade de ter energia,

mas não a previdência de ter energia.



Se o mundo fosse um campo de futebol,

estaria o pé quebrado

e a bola furada.



Ora, escrever em colunas ou escrever em linha, que importa? Nada tem valor para aqueles que procuram o valor.

Escrever para mim ou para o público — sempre haverá quem leia — ou o público ou mim, esse terrível mim que tenho em eu.

É o gasto inútil de papel e tinta — e caneta — cara caneta — que ganhei porque a inércia do choro exigiu que se cobrisse a caneta quebrada,

estragada pela inapetência dos que pensaram ter.

Terrível ilusão de mim mesmo,

estupenda visão amorosa — sentida — intelectualizada — da natureza,

que é mãe

e que é filha da mãe.

Tudo é disperso.

Tudo é amorfo.

Tudo nada é.

Apenas o desejo de esquecer.

Mais alguns anos

e tudo estará acabado.

Oh! terrível expectativa de um momento que é tudo para o nada que serei

e que nada é para o tudo, para a tremenda ilusão do tudo.

Se vale a pena mentir

para se ser feliz,

jamais mentirei para mim mesmo.

Se o equilíbrio é a arma

que o mundo não sabe enfrentar,

tentarei ser eu-mesmo,

que nada sou.



22.10.57.







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