Água de igarapé empoçada na raíz do açaizeiro, passa pelo choça de vime, coberto com palha, onde aningá, tajá, se escora de leve, pra valsar na onda do barco, entre o mururé e a flor viçosa da vitória régia a expôr-se quieta ao tom luar.
Do outro lado da várzea, difícil acreditar, mas passeiam quietos carangueijos e sararás.
Água escura e salgada, mulata, rua estrita, quando nuas repousam ou desposam no rio mar.
Longe se vê no horizonte a montaria, feito em vela, Parece serena a rasgar as doces ondas do lugar.
Já conheces pescador,o fim do dia, quando anuncia no alto da tinteira, alvas Garças, em pouso amigo com os Guarás.
Em tempos, segues estradas e antes que turvas as ruas da mata torne, atracas guerreiro no trapiche da morada a nau cansada, abastecida de pescado, a rimar vida dura e mãos calejadas.
Aceso candeeiro, atas a rede na varanda e adormece por segundos, tão logo percebem entrada, as crias em serenata acordam-no sorrindo com a força que o alimentará pro outro dia.