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Poesias-->Dengo de Olhar -- 09/10/2001 - 11:00 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Vivo simples,

trôpego e audaz, mas

carregando mazelas e

raras esperanças.



Vivo, assim, de corrente

atada às mãos e um mago

coração à espera.



Vivo asimples,

sem correria,

sem correr trilhos,

sem esperar sinais

que estocam sempre

no vermelho.



Sou de paz e esperança,

sou dengo de três vozes,

mas não sei ganhar,

sou bandeira, mas

pátria não tenho.



Tenho macieiras, destas

de comer, mas não quero voltar

no tempo, e nunca mais correr

atrás de frutos sem peões.



Porque logo atrás, depressa vem,

meu passado que perdi,

meu futuro que despedi,

meu presente feito de

cimento de construir,

e a imagem dela

pronta prá me servir

de pontas de luz

que jorram de seus olhos

com almejos de amor.



Tudo isso porque

não posso viver sem ela.

Agora só espero o tempo

passar e, por milagre,

renascer no colo dela.



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