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Poesias-->TEMPO ESCURO -- 06/04/2000 - 23:18 (Benjamin Santos) |
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TEMPO ESCURO
Não busco o fundo
do fundo poço,
- poço imundo,
onde caiba o mundo
cheio de guerras e misérias:
- escuro de luto...
- da violência vestido...
- da justiça, fora do rumo...
- que siga para um futuro
rompido com a beleza...
O mundo na trilha do escuro
não tem meta.;
é porta aberta às baratas
e outras traças...
O mundo largado ao escuro
se finda-se
à esquina perdida
sem que haja
como de se iluminar.
O mundo que eu quero
e tenho-o
em meu caminho seguido:
é dado de uma natureza
sem os venenos que a mate,
contido de jardins floridos
e pássaros solto a cantar.
Um mundo onde eu possa
me vestir e sair por ai:
Sem qualquer estigma a mim inquirir.;
Sem qualquer medo a meu ser invadir.;
Sem qualquer imundice a mim inserir.
Onde cada um de nós se abrace
E se tenha, no hálito do meigo olhar,
O volátil regaço de uma paz sem conta.
Basta-se-nos de tantos tropeços,
Revoltos nos becos e trincheiras
dos conflitos lançados.
Onde se viu estarmo-nos no limiar
do próximo século,
Como se tivéssemos, ainda
navegando nas ondas de um tempo escuro...
Ainda escutamos os gritos
vindo das cavernas.;
Ainda escutamos os sopros
dos canhões.;
Ainda não nos damos de acordar
do pesadelo da fome.;
Ainda vamos mergulhados
no marasmo do vento medieval.
Será que outra realidade
posta em um mar onde as águas
corram mansas, venha inundar
É algo imensurável para o mundo
com seu giro noturno
e matinal, faz-se lançar?!.
Não penso que o mundo
se dará viagem afora,
nos trilhos sem brilho do tempo escuro!...
Novos passos há de vislumbrar.;
assim...vamos indo em multidão a sonhar...
Francklin dos Santos – 06/04/2000
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