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Poesias-->Lamento Nativo -- 12/10/2001 - 23:35 (Eduardo Santana Júnior) |
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Havia um tempo
Em que lindas colinas verdejantes
Perdiam-se no horizonte
Resplandecendo o sol
Que preguiçosamente fugia para o infinito
Havia um tempo
Em que os espíritos da floresta
Cantavam e protegiam
Curumins, virgens e guerreiros
Por entre caudalosos rios
Que deslizavam pela imensidão floral
Tempo este não muito distante
Em que éramos senhores do mundo
Onipresente e vistoso
Deleitávamos no gozo da doce liberdade
Que hoje transformou-se
Em um amargo cativeiro
Tu que me deste abrigo
Comida e prazeres
Hoje chora e lamentas
Quando relembras da tua vida
Com as cores da esperança
Homens-deuses guiados pela cruz
Armados, não amados
Trouxeram a dor
Que ainda não conhecíamos
Enganaram-nos com promessas vis
Aprisionaram os nossos sonhos indelicadamente
Extinguiram a nossa cultura secular em alguns anos
E assassinaram a minha imagem e semelhança
Quinhentos anos se foram
Outros quinhentos virão
Com a incerteza de um dia
Amanhecer de novo
Quando lembro de ti
A história se repete
Um final feliz para nós
A perfeita utopia
Que um dia já vivemos
Triste sina a nossa
Cruel o destino
Quis para nós
O fim
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