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Poesias-->Cinco da Manhã -- 29/10/2001 - 13:21 (Alice Maria da Silveira) |
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São cinco da manhã,
Estou só.
Sem ninguém.
Sem meus filhos, os quatro que pari
A quem dei todas as luzes.
A quem ensinei a gostar do sol,
Sentindo na pele o calor,
E a quem mostrei as luzes coloridas,
Acesas e apagadas
Das árvores, do Natal.
E da vida toda.
Faiscando,
Mudando
Eles, que foram os meus companheiros,
Mais do que aprendizes,
Foram cúmplices
Da curiosidade eterna
Que sempre mantive,
Tanto pelo outro, quanto pelo futuro
Com eles partilhei as minhas dúvidas,
Minhas discussões e lutas
Infelizmente só as mais de longe.
Calei sobre as que senti na pele.
Na minha
E errei.
Sufocando lágrimas
Não se deve calar,
Os frutos do silêncio sempre explodem.
Apodrecem, porque ninguém colhe.
Caem aqui em cima.
Dos mudos.
E eles não estão aqui.
Meus filhos, agora.
Fiquei só.
Por isso respeito vozes.
De todo jeito,
Com todos os tons.
Não conheço nada,
Há melodias novas,
Surgindo, sempre.
Não ensinei tudo.
Mas pensei.
Errado.
Nem sempre ganha quem grita mais
Há também os esganiçados.
Quem sou eu?
O ouvido demora a acostumar.
O novo é sempre estranho.
Choca.
Mas soa bem, no dia
Em que se harmoniza com o resto.
Tudo fica doce
Em volta.
Tem um final feliz.
Eu espero. É meu,
Ainda.
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