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Poesias-->Trabuco -- 09/04/2000 - 14:31 (Nilto Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRABUCO



Essa palavra é feia

nos ossos estilhaçados

que o tempo roeu.



Essa palavra leia

nos escritos coloniais

de padres e escrivães.



Essa palavra é teia

nos meus olhos amargados

de tanto vê-la e perdê-la.



Essa palavra é dura

feito achas de pau-brasil

nos ombros de meus avós.



Essa palavra cura

o sono dos iludidos,

bem-aventurados e vivos.



Essa palavra é pura

no vocabulário dos leigos

leitores de hipocrisias.



Essa palavra dói

na ponta de meus lábios

inchados e costurados.



Essa palavra rói

feito ácido na carne

torturada e estraçalhada.



Essa palavra sói

figurar no dicionário

da morte e do mais forte.



Essa palavra queima

feito tição de fogueira

debaixo da sola dos pés.



Essa palavra teima

em verrumar meus ouvidos

com seu estrondo constante.



Essa palavra é reima

que não se trata

com meizinha ou bruxaria.



Essa palavra rouca

ressoa debaixo do chão

feito tiro de canhão.



Essa palavra louca

me trancafia a alma

nos corredores da dor.



Essa palavra pouca

retumba em meu coração

feito pancada de cão.



Essa palavra à toa

percorre minha ilusão

e a mata de inanição.



Essa palavra soa

feito vôo desesperado

no espaço da escuridão.



Essa palavra é loa

no canto dos assassinos

de meu irmão de nação.



Essa palavra boa

viaja em minha oração

de vingança nativa.



Essa palavra reboa

nas tumbas escurecidas

e grita sua nova versão.



Essa palavra inda fura

meu peito de desespero

na hora de decliná-la.



Essa palavra, irmãos,

é arma de morte

com que hei de me viver.



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