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Poesias-->Vanguardismo -- 09/04/2000 - 14:33 (Nilto Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VANGUARDISMO



Minha função principal

é tombar cercas e muros,

a cerca semi-feudal,

o muro e seus futuros.



É espantar os mil bois

da fazenda do barão

e a vaca da baronesa

que rumina, mina, mina.



É quebrar daqueles dois

a canela e o bastão,

daquela dupla coesa

que em sentinela se fina.



Casa-grande desfazer

e me acoitar na senzala.

O inimigo receber

a peixeirada e a bala.



Queimar o canavial

do latifúndio sem fim,

a palha industrial,

a pinga e o alfenim.



É correr atrás do rapa

que persegue o camelô,

riscar inteiro do mapa

o mercantil borderô.



É chamar o brigadeiro

para um duelo de cão

e afugentar o romeiro

do Padre Ciço Romão.



É vender gato por lebre

ao ministro dos franceses,

é chupar manga com febre

no banquete dos ingleses.



É pisar no véu da noiva

na hora do casamento,

cortar a golpe de goiva

a banana do sargento.



Cuspir no prato onde como

no jantar do meu patrão,

e mostrar como é que domo

a fera do capitão.



É tocar piano em samba

e cuíca na sinfônica,

é dançar com pé de zamba

na festa da filarmônica.



É desvendar o mistério

da santíssima trindade,

tirar da cama da grade

o sonho do adultério.



É beber da virgem sangue

na noite de São João,

buscar no fundo do mangue

o siri da refeição.



É combater este mofo

que sobe pela parede,

repartir o bolo fofo

deitado na branca rede.



Tirar o cetro do rei

e fundi-lo num espetão

e cravá-lo como eu sei

no peito de Deus, do Cão.





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