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| Poesias-->Uma História de Alguém e Ninguém -- 02/11/2001 - 08:04 (Poeta Maldito) |
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Alguém viu,
Alguém morrer.
Alguém sorriu...
Alguém chorou...
Mas ninguém enterrou.
Fez que ninguém escutou
E deixou alguém apodrecer.
Mas alguém acordou!
Fingiu que morreu
E se levantou. Para olhar.
Ninguém quis que morresse.
Mas alguém acordou.
E ninguém sabia.
Alguém queria se vingar.
Mas deveria ser
Sem ninguém saber.
Armou um plano
Para ninguém morrer.
-alguém viria à noite
na sombra com açoite -.
Mas ninguém escutou
O que alguém falou.
E para alguém se preparou.
Quando chegou
A noite prevista,
Ninguém se matou.
E quando alguém escapuliu
Pela janela do quarto viu
Ninguém morto.
Queria sorrir, mas chorou.
Alguém não queria matar
Ninguém, que acordou.
Escutou alguém chorar,
Pegou a faca que ninguém suicidou,
Correu até alguém para matar e...
Agora já não era lágrimas
Que alguém derramava.
O sangue que de alguém jorrava
Fez ninguém ver a agonia de morrer.
Alguém morria agora.
E ninguém sabia, pois foi
Quem matou alguém.
Foi ninguém!
Só porque era alguém.
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