LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->NO LIMIAR DA VIDA -- 02/11/2001 - 11:44 (João Ferreira) |
|
|
| |
NO LIMIAR DA VIDA
"Num mundo onde tudo fenece...
Nós vivemos ainda!...
JAN MUÁ
2 de Novembro de 2000
Meu poema é este sol, esta terra, este cosmos, esta vida
São estas vozes cantantes, a minha, a tua e a do Universo
No meio das vozes das árvores, dos sabiás, das fontes e das montanhas, das neves, dos rios
E dos oceanos, das cataratas e das pororocas, dos ventos e das marés...
Meu poema é este show, este concerto e este canto à vida que caminha e se esvai na morte e que se auto-afirma antes de fenecer
É esta alegria de uma revoada de maracanãs ou de pássaros exóticos cantantes aprisionados na gaiola
Meu poema é este cooper debaixo de um céu móvel sem pressa de se revelar
É o ar que respiro e este tufão que corre varrendo o universo e estas chamas tocadas pela combustão do hélio e do hidrogênio
São estas naves espaciais, estes astros e estas estrelas machucando minha vista
Meu poema é esta verdade planetária concreta e agressiva, suave e acolhedora,
É esta poeira cósmica e este buraco negro e a distância de mundos, o cafundó onde se abismam insignificâncias microscópicas
E é também esta nossa voz individualizada, gritada, constada e escrita,
Esta voz registrada em juízo e sem juízo, este eu na rota de um destino,
Um eu intimizado e recôndito, sensível e próprio, Ansioso mas livre,
Um eu que escreve poemas soberanos sobre o mundo e a psiquê,
Discursos que se desvanecerão, mas que são verdadeiros.
É este o poema que escrevo, eco que faço chegar a teus ouvidos
É este sonoro tom frenético de minha voz inquieta na boca da abóbada do mundo
Meu poema sou eu mesmo e estas minhas interrogações cúmplices
Este meu destino traçado sob nuvens num teatro pequenino de bonecos felizes
Meu poema é este nosso amor escondidinho debaixo do caramanchão,
São nossas conversas fugazes e ternas
São as vozes de nossos corações
Íntimos segredos, maiores e menores
De nossas almas que transbordam e que querem sobreviver
Meu poema é este grito de vida, esta prova existencial de que somos...esta poeirinha que sobra de nosso desejo..
Esta vontade de ser, esta nossa história que se tece hoje e amanhã num jogo onde somos parceiros com dados jogados pela roleta infinita do Cosmos
Meu poema é você, minha parceira, confidente e ouvinte,
Minha companheira de amor,
Beleza de meus olhos
Minha tranquilidade, minha razão e minha tensão de viver
Num mundo onde tudo fenece
Minha vida breve de mãos dadas num movimento de certezas e de ternuras que nos amoldam ao cosmos
Meu poema é este grito de vida, este viço de exuberância convivente
Que tem um timbre que ficará registrado nos imensos arquivos do Universo...
Jan Muá
2 de novembro de 2000
Dia de finados
|
|