No curso dessa via, eu também perdi a minha mãe negra.;
Chorei por meu avô e de longe ouvi os lamentos das tias avós.
No curso dessa via eu fui desterado.;
A força tive os sonhos abortados,
Senti o sol do equador queimar o suor e o sangue dos calos nas mãos, quando revolvia a terra, pra plantar o trigo, pra fazer o pão, pra matar a fome dessa nação.
No curso dessa via abandonei a casa do pai, guardei no peito a despedida da mãe, senti saudades feito feridas nuas e não esqueci os amigos.
No curso dessa via, passei fome como um mendigo, fui servir e fui traido, deixei a família partido e hoje vago entre os braços do absurdo e a luz dos perdidos.
No curso dessa via, não me dou por vencido, erro os meus erros, desenho os meus acertos e levanto a cada dia da morte e sigo.
As vezes, acredito na sorte.;
As vezes, de tantos problemas, nem sei se estou contido, mas sigo o curso e procuro, ao menos, não esquecer que estou vivo.