Quis o próprio tempo que, por circunstâncias várias, viesse eu a escrever poesias.Tanto que acabei escrevendo e editando um livro de nome “Talvez poesias... “ “Nunca pensei em escrever, quanto mais versejar”. É o que confesso em minha poesia “Folha Amarela” que faz parte desse primeiro livro, e postado, dias passados nesta Usina de Letras. Nela está contido o resumo de como um dia iniciei a colocar em versos o que “minh´alma queria propor”.
Ao escrever poesias, não me preocupo com modernismos, técnicas ou modismos dos estilos de época, pois sou pouco afeito aos círculos acadêmicos, especialmente àqueles mais conservadores, muito preocupados, e com óbvia razão, com a imortalidade literária. Apenas escrevo... e escrevo solto, por entender que poesia é dessas coisas que a gente faz, mas não diz. Não dá para explicar o seu porquê. Como escreveu o nosso querido poeta, Mário Quintana, ela é fato consumado, não se discute. Um poema tanto mais belo é quanto mais parecido com um cavalo. Por não ter nada de mais ou de menos é, considerado por muitos, o mais belo ser da criação. Contudo, aprecio muito, o uso, quase que constante, de rimas, uma vez que, acredito, a rima possui uma maneira especial em dar mais sonororidade ao ritmo poético.
O intuito de ter postado em nossa Usina estas considerações, prende-se ao fato de colocar minha modesta opinião sobre a arte de escrever poesias. Quem sabe, com isso, possa encorajar outros poetas a escreverem soltos, sem muito se preocuparem, se assim o desejarem, a regras e métricas postuladas por nossos círculos acadêmicos. Como diz o poeta macarrônico Pimpinello Rizoni: “Io iscrivo simpres, e simpres nesti mondo é molto cumpricado. O simpres é simpres, e por sê, si pódi sê molto mai criticado!”. Ou ainda o escritor e humorista brasileiro, Bastos Tigre: “Nada mais fácil que escrever difícil. Na simplicidade está a complicação que dificulta o ofício”.
Cada homem é o seu próprio poeta e ao me expor como tal, neste fórum, e fundamentalmente, em meu primeiro livro de poesias, deixei, como ainda deixo, aos meus possíveis leitores e críticos, a incumbência de ratificarem ou não o “talvez” contido no título do próprio livro.
Como os grandes poetas: lê a poesia com o propósito do que ela poderá trazer para ajudar a compreender-te, em vez de ao poeta que a escreveu.
ATENÇÃO: Este texto não é uma crítica a outros estilos poéticos existentes, os quais respeito e admiro, e sim uma opinião humilde de um talvez poeta que ama tanto a poesia... Que sei lá o porquê, tive vontade de aqui postar.
E falando em amar poesia...
CAFÉ COM POESIA
Quando a morte em toc, toc,
Bater à porta lá de casa
Quero estar desprevenido
Quero estar fazendo nada...
Quando entrar em minha sala
Quero estar de bem com a vida,
Não irei olhar seu rosto,
Nem ouvir a sua fala...
Apenas quero que aceite
Como meu último deleite
Poder morrer em alegria
Tomar café com leite
Com biscoito e poesia...
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Manhã de um domingo ensolarado, tomando café com biscoito!!!