Soneto a respeito do teu jeito e do meu jeito
Porque tens algo assim de poetisa,
De amar o amor assim, só e distante,
Tão cheio de saudade, e sem amante,
Não amas porque quer, mas bem precisas.
E eu que sou também assim, poeta,
De sempre amar o amor que se completa,
O amor que nega a dor de ser sozinho,
O amor que pede sempre mais carinho.
E assim o nosso amor em branco-e-preto
Se derreteu no ar, eu lhe diria.
Voou de leve, feito poesia.
E embora só de amor, ainda esteja,
Quem sabe um dia eu ainda veja
O nosso amor num livro de sonetos.
Rogério Penna
nov. 2001 |
