Tudo passou...
Tudo acabou...
Como um vendaval
sobre minha cabeça.;
Nada restou...
Acabaram-se também,
sonhos, esperanças,
até mesmo as ilusões.
Evaporou-se tudo
como fumaça,
destroçando tudo
como quando um vendaval passa,
deixando-me também,
destroçada...
fragilizada...
caída...
como ferro retorcido,
sem forças para me erguer,
sem recuperação.
De repente,
como um último
e derradeiro gesto,
a procura, talvez,
de uma tábua de salvação,
ergo a cabeça,
limpo a névoa de lágrimas
dos meus olhos,
e vejo:
Três tesouros brilhantes
à minha frente,
o mesmo símbolo de vida,
amor e esperança,
que tive um dia tão presente.;
Hoje,
num gesto de amor,
me estendem à mão...
Volto atrás no tempo...
Me vejo,
lhes ensinando, um dia,
a caminhar, em pensamento.
Reflito:
Hoje são eles,
que me ensinam...
Me seguram...
Me animam...
Numa conjugação completa
do verbo "Amar".
Reflito ainda:
Viver,
apesar de tudo valeu a pena.
Com eles...
E por eles...
Vou reaprender a andar.
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