Usina de Letras
Usina de Letras
168 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62744 )
Cartas ( 21341)
Contos (13287)
Cordel (10462)
Crônicas (22563)
Discursos (3245)
Ensaios - (10531)
Erótico (13585)
Frases (51133)
Humor (20114)
Infantil (5540)
Infanto Juvenil (4863)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141062)
Redação (3339)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1964)
Textos Religiosos/Sermões (6296)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->POEMA DA RESSURREIÇÃO -- 04/12/2001 - 15:46 (Lia Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Olha pra mim

Estes hematomas tão bem desenhados são a prova da tua intolerância

Este corpo pisado mergulhado em angústia é conseqüência da tua omissão

Esta vida sem nome, vil e repudiada, é fruto da tua irresponsabilidade

Mas eu não te culpo, mãe

Por mais que isto seja verdade

Agora, aqui neste chão observando estes ratos

Correndo sobre meu rosto e roendo meus sapatos

Só me resta pedir perdão

E eu que sempre te odiei

Descubro, insanamente, que foi um ódio vão

Eu frustrei suas expectativas

Sobrevivi ao desespero das suas tentativas

De assassinato

Resisti a seu concubinato

Não devia ter me ajoelhado e implorado para ficar ao seu lado

Hoje eu sei que seria melhor se você tivesse me abandonado

Como você queria

Que grande desperdício

Suportar teu egoísmo

Enfrentar o teu vício

Apostar no altruísmo

Da tua falta de amor

Toda força que eu adquiri

Você me ofertou com a dor

Toda vez que sangrava eu me lembrava

Tua imagem borrada, cambaleante

Tua sombra torturante que com rancor me marcava

Quando você se foi eu chorei

E me martirizei com minhas lágrimas de alegria

Eu que era carta marcada

Do teu vômito cego de fúria e covardia

Ira e crueldade

Sobre o teu túmulo eu dancei

Festejando minha liberdade

Eu te perdôo, mãe

Teu corpo ensangüentado não me trouxe sofrimento

Só a branca arma rubra gotejando em minhas mãos

Me atirando no confinamento

Sua vida no fio da minha navalha

Nada que valha

Nada de mais

Atrás das grades, sem você, eu tive paz

Meus pesadelos em holocausto eram o suplício

Que eu oferecia a você em sacrifício

E eu tive paz

E agora tudo é frio

Agonizando este torpe arrepio

Jogada em algum canto

Com esta faca cravada no peito

Eu peço perdão

Lhe oferto meu respeito

E choro novamente

Choro o amor que senti falta de repente

Choro as vidas desperdiçadas

E nossas mentes doentes

Minha missão

São estas lágrimas como última oração

É o meu medo o meu beijo de redenção

Meu corpo aberto pela incompreensão

Te encontro mãe

Em algum lugar desta minha longa excursão.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui