Minha filha escrito o desenho sobre o papel, outrora o meu ser era fiel, ao dorso da lua, a chuva na cumieira e as estorinhas da vovozinha,
a casa sem telhado de vidro, a rua única e deserta.; à orla do rio ou ao canto dos pássaros.
À luz do sol nascente que rege a sobra mal traçada da árvore,fez-me cidade, entregue a solidão do colo, a tênue esperança de humanidade e a lembrança de sua voz me pedido pra voltar.
A gente em cor, em risos e vozes...A gente criança.
Belo ou feio, seja o que for. Minha filha sou hoje o que você nunca imaginou.
Sou o canto, a casa e o espelho. Sou sério demais pra outra vez brincar. Mas tanto, tanto que gostaria de um dia poder colocar o dorso da tua cabecinha no meu peito e na noite serena te ninar, sentir o teu medo quando a chuva forte vicejar ou quando a luz do bairro inteiro apagar...
Como dizes, não tenho tempo, vivo sempre ocupado, sou o lucro, sou as dívidas o prejuízo e a falência caricaturada.
E o filho que fui? Morreu no mundo dos homens que pertuba a ordem da vida e a nossa paz.
Mas os meus olhos sonham demais e o coração entra em polialegria quando sinto o sorrisinho meigo de flor, abrir a ordem do dia.