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Poesias-->CONVITE -- 10/12/2001 - 06:30 (wladimir olivier) |
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Amei outrora.
Na distância do tempo, relembro-lhe as formas:
Cecília — seu nome.
Não era bonita.
Nem o corpo era belo:
não sei se era ou não — não vi.
Mas a inteligência era espantosa,
era o que me faltava,
a que me falta ainda.
Mas não tive coragem de raptá-la.
Nunca terei.
Amar e penar — que destino!
É repugnante.
Está fora de mim.
Não no quero absolutamente.
Mas não fui eu que me criei:
criaram-me.
Não me lamento,
apenas registro que também tenho sentimentos
e não sou o homem frio que aparento,
que o mundo conhece e admira.
Não é certo.
Não é justo.
Tenho tentado superar-me.
Não sei se conseguirei:
falta-me apenas um apoio,
mas meu espírito crítico jamais o admitirá.
Como tudo é tão pequeno!
Como sou inferior!
Como sou fraco!
Não sei por que ainda vivo:
não sirvo nem para me suicidar.
Cada vez mais fechado, cada vez mais tímido.
30.05.58.
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