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Poesias-->Abandono -- 14/04/2000 - 20:40 (Virginia Maria Campagnac) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
São tantos rostos

diante de mim

que me enterneço.

Cabecinhas miúdas

de olhares confusos

a me fitar.

O nariz escorrendo,

a camisa rasgada,

o dedo na boca.

Pés imundos a

declarar ausência,

a pedir clemência.

Rostos ansiosos e

porque não dizer

famintos, sofridos

a esperar promessas,

só promessas.

Na mão uma boneca

quebrada e nos lábios

a interrogação sem

resposta: Por que?

Esqueléticos, maltrapilhos

fedorentos.

A escória da civilização,

a denúncia da exploração!
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