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Poesias-->O juizo final ( Clã de Nietzche ) -- 16/12/2001 - 11:12 (Edio de oliveira junior) |
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Uma luz incandescente brilha no céu.
Mês de dezembro, noite alta,
Ela confronta-se com a lua estática,
E não demora
Vem outra
E outra
E outra...
Eu saio de casa
E todos saem
E todos com olhos curiosos.
O silêncio reina absoluto
Enquanto as luzes intensificam os brilhos...
Costumava ser gostoso, nas noites,
Ver as estrelas,
Cada qual simbolizando um sonho!
Agora o céu parece chorar
Rastros de sangue em seus olhos infinitos.
Silencia-se tudo...
Luzes incandescentes aproximam-se no céu.
As famílias se abraçam,
Uma criança apanha a rosa no chão,
Sua mãe a olha, sorri...
E seu sorriso corta o silêncio.
A criança arranca uma pétala,
Olha para os brilhos no céu,
A beija em favor de seu nome
E depois, chorando, soluça:
- “Perdão”...
Bem distante, no horizonte,
As primeiras luzes caem,
O estrondo ecoa pela humanidade toda
E o fogo que vigora dela
Nos faz reconhecer o nascente.
O fogo vem chegando
numa romaria inexplicavelmente reluzente,
distante se ouve os gritos da morte!
Edifícios choram...
Mês de dezembro, noite alta,
Todas as luzes cessam no céu,
Todas,
Ele volta a ser o mesmo,
Todas se transformam em fogo na terra!
Gritos e mais gritos,
Uma mulher em chamas me abraça,
Eu a beijo e vou andando,
Gritos e mais gritos,
Eu sigo andando pela rua
Que o fogo consome,
E tudo vai se contorcendo em dor,
Tudo...
Mês de dezembro, noite alta,
Quase tudo é morte,
Surge uma voz do céu:
“Temei o senhor, e dai-lhe glória
porque é chegada a hora de seu juízo,
e adorai aquele que fez o céu e a terra
e o mar e a fonte das águas...
adorai-o,
mesmo sem ver o seu perdão...”
Noite alta...
Óh! Dezembro
Tu reclinaste nesta aurora
Que pavimentou a incompatibilidade
Entre nossas crenças,
Tu chegastes
Como estranho em viajem caótica
E arrombaste a porta
Como se fosse amigo antigo...
E tu tens o direito?
É certo este teu Dom maléfico?
O mundo agora chora a tua ira!
Subitamente me dou conta de algo impressionante!
Eu e pouquíssimas pessoas, andando distantes
Uma das outras,
Não queimam, não sofrem e não choram...
Mês de dezembro, noite alta,
A preciosa lua brilha incessante!
É difícil acreditar que estou vivo
Enquanto tudo é morte...
A terra não passa
De um sarcófago impiedoso
Se banhando sobre os estilhaços lúgubres
De um novo semblante.
Óh! Dezembro...
Dezembro desta noite alta,
Vejo cair por terra toda a evolução
E toda ciência,
Vastos, agora, são os caminhos do caos,
Estreita é a ânsia da vida...
Óh! Dezembro...
Tu reclinaste nesta aurora que pavimentou
a incompatibilidade entre nossas crenças
e teu abraço é tão incompreensível
quanto teu mistério,
tu reclinaste como a fera brava,
na insônia árdua cobriu impiedosa
e estranhosa fechou os olhos
a todos os sonhos...
silencia-se tudo...
Mês de dezembro, noite alta,
E absolutamente nada!
Um homem rasteja em pedaços,
Como um verme,
Ele morre.
A noite é negra,
Negra,
A lua é seu olho-prata
Que observa a paisagem mórbida,
E não dá sinal de vida
E libera uma leve brisa..
Óh! Dezembro...
Aceito o teu castigo
Em isolar-me no mundo,
Há horrores, eu vejo,
Mas há beleza também!
Abrande minha tal inconformidade
E ei de venerar-te à sombra,
Eu sou as mãos de seu destino.
Tu reclinaste na cegueira da ignorância
E na podridão de nossos egos
Destes um beijo...
Tu criastes para a morte um caminho novo
Entre todos os caminhos desta vã matéria,
Eu espero, óh! Noite, que me acordes
Para um novo dia
Como me acordaste agora
Para esta dúvida!
Mês de dezembro, noite alta,
Eu volvo meus olhos ao céu!:
- “Por quê eu vivo, Deus?
Por quê?!
...e nesse exato instante
em meio ao fogo
aos escombros e à morte,
eis que surge NIETZCHE em uma
imensa carruagem negra
pulando, cantando, sorrindo e dizendo:
-“Morram todos!
somente os loucos serão salvos...”
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